Projetos complexos como de software, de comunicação, de inovação e de vida não se resolvem seguindo receitas prontas.
Este é o assunto mais importante na forma de trabalho adaptativa e, porque não, para nossa adaptação para vida. Sem querer soar como “coach” ou auto ajuda, se fizermos isso com disciplina conseguiremos evoluir e melhorar tanto profissionalmente como pessoalmente.
Exemplificando. Temos coisas teóricas que quanto mais estudar seremos melhores. Temos atividades práticas, que só praticando e treinando, conseguimos ficar melhores, como jogar futebol. Não adianta ler todos os livros de como ser um craque, decorar todas as jogadas, se não praticar e treinar nunca vai jogar bem, e somente com muita disciplina e treinos diários tem a chance de ser algo melhor que bom.
Para as atividades de prática, se quiser ser melhor, precisa praticar e disciplina para melhorar. A adaptabilidade é tornar evidente os fatos que estão sendo executados, analisar os resultados obtidos e adaptar.
No skate, que é o único esporte que pratico, para aprender uma manobra, você pode ver vídeos e teorias, mas mesmo assim, seu corpo é único e só com tentativas vai descobrir se tem afinidade ou não para aprender rápido aquela manobra e, geralmente, só depois de muita “skatada” na canela você vai conseguir acertar e só acertar não é suficiente.
Um amador treina até acertar, um profissional treina até não errar mais.
Se for fazer uma campanha de comunicação não adianta teorizar tudo, vai ter que pesquisar, testar e pegar feedbacks constantes para melhorar e otimizar sua campanha.
Se for fazer um software, além de praticar e desenvolver muitos códigos, vai ter que saber se aquilo atinge o resultado que o usuário esperava. Não adianta pegar todos os requisitos, fazer todos os planos, escrever vários códigos se aquilo não vai ser usado por ninguém.
O que faz um software ou qualquer coisa ser útil é ela ser executada e dar um resultado. Fazer todas as jogadas do mundo não te faz um bom jogador de futebol, ser o bonzão da embaixadinha não te ensina a jogar em equipe e ganhar um jogo.
Para tudo que é complexo e depende de outras pessoas, onde tem um ambiente vivo como uma partida de futebol ou um software que depende de usuários conseguirem atingir um objetivo, precisamos de ciclos rápidos de feedback.
Deming usou o ciclo PDCA de Planejar, Executar, Checar e Agir para gerar a adaptabilidade que o Japão precisava após a derrota na guerra para se reerguer. Precisamos rodar essas iterações adaptativas no menor tempo possível. Quando está numa partida de futebol, conforme as jogadas de cada time vão acontecendo, o time que se adaptar mais rapidamente tem mais chance de vitória. 7×1.
Essa adaptação constante é importante para atividades práticas.
Se para aprender a jogar bola, para aprender a andar de skate, fazer uma campanha, escrever um software ou fazer qualquer coisa criativa e útil para alguém precisamos desses ciclos de adaptação imagine então para a nossa vida.
Precisamos interiorizar essa estrutura ágil no nosso projeto de vida. Entender que as nossas ações causam efeitos nos âmbitos profissional, pessoal, na sua comunidade, precisamos pensar qual impacto queremos causar, seja ele qual for, mesmo que nenhum.
O que temos que fazer ou não fazer para chegar aos nossos objetivos? Qual o ciclo de melhoria está fazendo para deixar as coisas transparentes, conferidas e adaptadas para sua vida profissional e pessoal?
Ciclos rápidos de feedback são essenciais. A vida é regida em ciclos. Ciclo diário, ciclo da semana, do mês, do ano, das estações, das fases lunares, todos são oportunidades para rodarmos estes ciclos de melhoria. Conseguir parar e refletir sobre o que aconteceu, o que deveria ter acontecido e nos adaptar a cada ciclo desse seria o início de nossa regeneração.
O ciclo mais curto que temos a é interação com as pessoas, como está a reação das pessoas aos nossos atos? Está ajudando em nossos objetivos? Como agir diferente para atingir resultados diferentes? Essa constante regeneração de nossas atitudes é o melhor, mais simples e o mais rápido ciclo de adaptação que podemos fazer.
Esses ciclos de adaptação, de PDCA, de agilidade, regeneração ou como queira chamar, deve ser constante. Não adianta esperar doer, esperar ficar rico, esperar qualquer coisa que seja. A cada interação com alguém, a cada dia, a cada feedback, a cada resultado no trabalho, na comunidade serve para refletir e nos adaptar.
A adaptabilidade é o núcleo do que chamamos de agilidade nos negócios, desenvolvimento ágil de software, movimento empírico adaptativo para problemas complexos, PDCA, ou qualquer nome bonito.
Com isso em mente, vamos fazer essa adaptação de forma radical, vamos iniciar uma era de regeneração onde a única constante seja a melhoria.
Lembre-se, não é uma grande mudança de cada vez, são pequenas adaptações, um pequeno passo de cada vez, ou como diz o kaizen, “hoje melhor que ontem e amanhã melhor que hoje”.